29 de julho de 2011

“Eu te amei muito. Nunca disse, como você também não disse, mas acho que você soube. Pena que as grandes e as cucas confusas não saibam amar. Pena também que a gente se envergonhe de dizer, a gente não devia ter vergonha do que é bonito. Penso sempre que um dia a gente vai se encontrar de novo, e que então tudo vai ser mais claro, que não vai mais haver medo nem coisas falsas. Há uma porção de coisas minhas que você não sabe, e que precisaria saber para compreender todas as vezes que fugi de você e voltei e tornei a fugir. São coisas difíceis de serem contadas, mais difíceis talvez de serem compreendidas — se um dia a gente se encontrar de novo, em amor, eu direi delas, caso contrário não será preciso. Essas coisas não pedem resposta nem ressonância alguma em você: eu só queria que você soubesse do muito amor e ternura que eu tinha — e tenho — pra você. Acho que é bom a gente saber que existe desse jeito em alguém, como você existe em mim.”
Caio F. Abreu

25 de julho de 2011

E só isso.

  



  Como me arrependo do choro engolido, do elogio economizado, do insulto recebido sem me posicionar, da trepada sem afeto, do poema forçado, do colo que não pedi, do conselho que dei quando eu mal sabia de mim mesma, da ferida que causei por um motivo qualquer, da ferida que me fizeram e que não curei com o perdão.
   Quantas palavras foram gastas para falar do silêncio. Quantos abraços foram aceitos impregnando o meu campo energético com um peso denso, e quantas vezes me protegi de uma carícia sincera. Quantas vezes suguei e fui sugada chamando isto de bondade. Quanto mais adequada eu tentava ser, mas eu me perdia do que eu era. E abafei minha loucura no peito comprimido para ser socialmente agradável. E escrevi coisas otimistas quando estava sofrendo de tanto medo. E ninguém sabia que aqui do outro lado eu estava chorando. E deixei que me julgassem sábia quando sou apenas mais uma buscadora tateando no escuro à procura da luz que pretendo beber a grandes goles.
Sou tão humana, Meu Deus! E no processo de lapidação, joguei fora algumas das minhas arestas, que talvez fossem o que eu tinha de mais valioso. Sou apenas alguém que escreve, que oscila, que anseia, que sofre, que ama, que acorda de madrugada pra pensar e tem inveja dos que dormem tão profundamente àquela hora. Não tenho nada que outra pessoa não possa desenvolver também. Não há limite que eu não possa superar. E se você me encontrar por aí, ou por aqui dizendo coisas e mais coisas, duvide de mim também. Sou apenas mais uma na multidão que, enquanto caminha, vai deixando pra trás certezas, adereços, endereços...


Sou apenas mais alguém que...

10 de julho de 2011

DECLARA-SE?

         Declaração de amor funciona. Não é varinha de condão, não faz mágica, mas jamais passa despercebida. Todo mundo, não importa a idade, o sexo ou o estado civil, quer ser amado. Podemos até já ser muito amados, mas queremos mais. Queremos saber que agradamos os outros, queremos receber um lote extra de atenção. É humano: desejamos ser aceitos pelo maior número de pessoas. Quando a gente consegue despertar o amor em alguém por quem também estamos apaixonados, é o reino dos céus. Mas mesmo quando a gente desperta o interesse em quem não nos atrai, ainda assim isso mexe favoravelmente com nosso ego. E esta pessoa deixa de ser um ninguém. 

Um cara ou uma garota chega perto de você e diz com todas as letras que você é a pessoa mais importante da vida dela, que te ama pra caramba e pede para que, se você um dia achar possível retribuir esse sentimento, mande avisar. Vira as costas e vai embora. Caramba. Você só vai debochar dessa criatura se for muito tosco. Você sabe como é difícil tomar coragem e abrir o coração pra alguém sem saber se tem alguma chance. E se for para alguém que já tem namorado, mais complicado ainda. Pois alguém enfrentou essa parada e se declarou pra você. Se você o achava um idiota, pense duas vezes: este idiota se amarrou em você, então não deve ser tão idiota assim.

Apaixonou-se? Declare-se. Pode dar em nada, mas garanto que você vai ficar na cabeça de alguém o tempo necessário para ele considerar a hipótese.